DIVULGAÇÃO DA TESE

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A tese finalizada, submetida a julgamento de uma banca examinadora e aprovada, é entregue inicialmente à biblioteca da instituição onde foi apresentada. A partir daí ela pode ser consultada ou emprestada aos leitores interessados. Pode, ainda, ser acessada na íntegra ou em partes em portais na internet, bases de dados e bibliotecas virtuais. Entretanto, para que seus achados possam fazer parte da literatura científica é necessário que seja publicada.

Nesse sentido, a tese pode ser transformada em artigo de periódico, com ampla redução em sua extensão, e submetido a julgamento por pares. Também pode ser publicada como livro, depois de avaliada e aceita por uma editora. Em ambos os casos – artigos e livros – esta reformulação deve obedecer às especificidades de cada um deles.

A publicação no formato de artigos científicos e livros se dá após sua avaliação e conseqüente aprovação. Esse processo de avaliação tem importante significado para o meio acadêmico e científico, pois faz parte da praxe do sistema. Para isso, é inerente à comunidade a responsabilidade de participar do processo avaliativo como uma de suas atividades rotineiras.

 

7.1 A TESE COMO ARTIGO CIENTÍFICO
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A apresentação da tese tem basicamente as mesmas exigências do artigo científico, embora a tese e o artigo sejam diferentes entre si. O objetivo da tese é, em primeiro lugar, dar cumprimento a uma exigência acadêmica; seu público-alvo é a banca examinadora e a comunidade. O objetivo do artigo é divulgar os resultados de um estudo para um público amplo, mas especializado. Entretanto, ambos visam (ou deveriam visar) o progresso do conhecimento.

Como tais objetivos são diferentes, o formato de ambos varia sobretudo na extensão. As teses são, por definição, extensas em todas as suas partes na medida em que se propõem ao estudo de um tema/problema em profundidade. Os artigos, ao contrário, são por definição reduzidos, limitando-se a divulgar o essencial, a partir da solução de problema, com poucas tabelas, ilustrações e referências.

Deixando de lado essas diferenças, permanecem outras peculiaridades da apresentação comuns a ambos como: o estilo da redação, a estrutura, o padrão de citações e de normalização de referências, a apresentação de tabelas e figuras, a inclusão de resumos bilingües, os padrões de apresentação quanto ao corpo e tamanho de letras, espaçamento e margens, entre outros.

Assim, ao escrever sua tese, o aluno estará aprendendo a escrever um artigo. Este aprendizado aplicar-se-á, ressalvados os pormenores ou diferenças de estilo, a qualquer situação que envolva a elaboração de texto acadêmico-científico.

O autor pode submeter de forma espontânea o manuscrito de sua tese a um editor de um periódico de sua escolha, mais adequado ao público a que se destina. Essas contribuições devem passar pelo processo de avaliação por pares. Os periódicos, em geral, possuem um corpo de editores de reconhecida importância e competência na área de sua especialização, que se valem de consultores para o julgamento dos trabalhos submetidos.

Em geral, a qualidade científica de uma revista depende dos editores, sobretudo para dar cumprimento às exigências na sua publicação, tornando-a prestigiada pela comunidade científica, local e internacional.

Sobre esses assuntos há muita literatura nacional e estrangeira que pode ser consultada pelos interessados, sendo que algumas dessas referências constam na lista geral deste Guia.

A seguir encontram-se algumas recomendações gerais sobre as partes que compõem o artigo: título, autoria, resumos, estrutura do texto, citações e referências. Deve-se lembrar que cada periódico tem sua finalidade, suas peculiaridades, sua política e seu regulamento.

Título

O título de artigo costuma ser mais curto do que o de uma tese, mas deve representar o mais próximo possível o seu conteúdo, para facilitar a comunicação e a indexação.

Autoria

O autor deve manter a mesma forma de indicação do seu nome para todos os trabalhos publicados. Maneiras diferenciadas de apresentação do nome prejudicam a recuperação dos trabalhos de sua autoria.

O artigo originado da tese pode contar com a colaboração de outros autores, sendo que o primeiro autor do artigo obviamente é o autor da tese.

Resumos

Atualmente, os periódicos estão adotando o resumo no formato estruturado, (item 5.2.1) acompanhando a estrutura do texto do artigo. Ele deve ter as informações mais relevantes quanto ao objetivo, métodos adotados, resultados e conclusões. Outros formatos também são adotados, sendo mais livres em sua redação, mantendo porém os elementos principais. O formato e a extensão do resumo variam de acordo com o regulamento do periódico.

Estrutura do texto

Em linhas gerais, a estrutura dos artigos de pesquisa segue a estrutura convencional adotada pelos principais periódicos nacionais e estrangeiros que divulgam resultados de pesquisa. Há diferenças na estrutura do artigo de pesquisa entre um periódico e outro, dependendo da finalidade de cada um e do tipo de informação que divulgam.

Artigos que se classificam como de atualização seguem também estrutura própria, devendo atender à política editorial do periódico. Quanto às revisões, elas também têm estrutura própria e são muitas vezes elaboradas a convite dos editores. O tema é abordado com profundidade, escrito por especialistas e submetido aos critérios da revista.

Citações e referências

O autor deve dar muita atenção a esta parte para não comprometer o trabalho. Num artigo científico não se pode deixar de fazer as citações de autores necessárias à sustentação das informações incluídas no texto. Constitui falha grave qualquer ausência nesse sentido. Por outro lado, elas devem ser seletivas e atuais, evitando-se repetições de dados desnecessários de outros autores. Os periódicos têm regras próprias para as citações no texto e para as referências. Todos os documentos citados no trabalho devem ser relacionados em listagem geralmente denominada "referências" ou "referências bibliográficas", localizada no final do artigo.

A normalização das referências e a indicação correta dos dados são de responsabilidade dos autores, devendo seguir as normas adotadas pelo periódico escolhido.

Redação do artigo

Atenção especial deve ser dada à redação do artigo para que o conteúdo seja compreendido pelos leitores a que se destina. Para tanto, é necessário que a redação seja objetiva, clara e concisa. A literatura sobre esta temática é rica em exemplos e recomendações de textos e alertas de ordem ortográfica e gramatical, entre outros. Alguns livros citados na Bibliografia deste Guia trazem informações úteis a esses respeito.

Os relatos devem ser escritos em estilo impessoal, embora muitos autores prefiram usar o verbo na primeira pessoa do singular ou plural. Entretanto, o estilo impessoal parece emprestar mais autoridade.

Algumas sugestões:

Para que a comunicação expressa na redação alcance seu público-alvo é necessário que seja bem definida a audiência que se pretende alcançar, pois é ela que comandará o estilo e a linguagem da redação.

Não construa uma redação densa, de difícil leitura.

Use o texto para explicar e interpretar números de destaque incluídos na tabela.

Procure estabelecer conexão entre as idéias descritas, usando palavras que as liguem. Por exemplo: Entretanto, Assim, Em comparação etc.

Seja breve sempre que possível. É sempre melhor para quem escreve, lê e faz a revisão.

Elimine sentenças repetitivas entre as partes do texto.

Não comece sentenças por números.

Evite a criação de termos novos ou expressões e o uso de estrangeirismos.

Use a nomenclatura científica padronizada.

Não abuse do uso de abreviaturas e siglas. Quando necessário, use preferencialmente as convencionais e de domínio público, fornecendo explicação clara delas. No caso de siglas, fornecer o nome por extenso.

Escolha do periódico

Ao escolher um periódico para publicação do artigo, vários pontos devem ser observados. O autor deve sempre consultar as "Instruções aos Autores" do periódico escolhido para saber se o seu artigo atende à sua política editorial.

Escolha um periódico de cada vez. Nunca submeta um artigo simultaneamente a mais de um periódico. Trata-se de uma questão que contraria a ética de publicação de artigos.

Pontos a observar na escolha do periódico:

Escolha um cujo tema atinja o público-alvo para o qual se pretende divulgar a informação.

Se os resultados da pesquisa são generalizáveis, procure um periódico que tenha um processo aprofundado de avaliação.

Dê preferência aos periódicos indexados por fontes de informações nacionais e internacionais, com critérios rígidos de qualidade e regularidade.

Se os resultados da pesquisa forem de interesse internacional, procure um periódico nacional ou estrangeiro indexado em bases internacionais e reconhecidas. No caso de periódicos nacionais, dê preferência àqueles que publicam artigos em inglês.

Procure se informar sobre a política editorial dos periódicos, seu processo de avaliação de trabalhos e a competência do seu corpo editorial antes de submeter um artigo para avaliação. Na sua maioria, os periódicos trazem as instruções ou informações aos colaboradores.

Procure observar como o periódico escolhido mantém o contato com o autor. Este ponto é muito importante para prevenir contratempos, sobretudo atrasos nas decisões, nem sempre justificados.

Observe se o periódico escolhido mantém periodicidade regular de publicação, conforme está previsto em sua proposta.

Caso seja de seu interesse, verifique o impacto científico do periódico, medido pelo número de citações de seus artigos. Essa medida é feita internacionalmente pelo Institute for Scientific Information (ISI/Thomson) e, nacionalmente, pela SciELO (BIREME).

Em conclusão, transformar uma tese em artigo científico não é uma tarefa fácil, exigindo do autor capacidade de síntese na redação e muita atenção à política editorial do periódico, suas instruções e forma de julgamento dos trabalhos submetidos. Esses cuidados, centrados nessa transformação, evitam perda de tempo e decepções quando a resposta do editor não for favorável.

 

 

7.2 A TESE COMO LIVRO
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Na área de saúde a divulgação da tese como livro não é uma característica predominante, como ocorre na área de ciências humanas. Na área da saúde a tradição é marcada pela publicação de artigos em periódicos científicos. De qualquer forma, a tese pode originar livros de caráter didático ou técnico-científico, editados no formato impresso ou eletrônico.

Os livros têm papel muito importante no meio acadêmico-científico, pois sistematizam a informação acumulada, dispersa e divulgada em outros veículos de publicação. Em geral as teses transformadas em livros são as originadas de estudos de caráter histórico, conceituais, que forneçam o "estado da arte" de um tema, entre outros.

A decisão em transformar a tese em livro deve ser respaldada no tipo de estudo realizado, além da opinião das editoras da área que irão avaliar se o conteúdo é adequado para ser veiculado por este meio.

Na área da saúde pública, algumas editoras comerciais e universitárias, entre outras, estão abertas a editar a tese como livro. Nesse caso o texto da tese passará por um crivo de especialistas, que lhe garantirá validade.

Transformar a tese em livro pode não ser somente uma cópia fiel de seu conteúdo. Para se adequar ao formato do livro, o texto da tese pode passar, também, por alterações na sua estrutura e conteúdo. A extensão de algumas partes ou seções pode ser reduzida e a outras podem ser acrescidos dados, desde que não alterem o conteúdo original da tese.

 

7.3 TESE DIVULGADA NA ÍNTEGRA
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Com as novas tecnologias da informação e a internet as teses têm sido colocadas à disposição por meio eletrônico, principalmente na forma on-line, mantendo ou não o seu correspondente impresso.

A tese também pode ser divulgada na íntegra, por meio de diversos suportes eletrônicos. Para este tipo de divulgação as teses não passam por revisão de especialistas, a exemplo do que acontece com os artigos e livros científicos. Ou seja , a tese é divulgada eletronicamente na forma em que foi submetida à respectiva banca examinadora.

A tese na íntegra na internet permite uma avaliação irrestrita pelo público, uma vez que seu acesso é universal, e não uma avaliação crítica que garantirá a sua aceitação pela comunidade científica.

Deve-se esclarecer que, no meio científico, ainda se discute a questão do ineditismo quanto à disponibilização da tese na internet precedendo sua publicação em periódicos científicos. Portanto, recomenda-se que a tese seja primeiro publicada em periódicos ou livros para garantir o ineditismo do seu conteúdo.

A seguir são apresentados alguns portais onde os conteúdos das teses em saúde pública podem ser divulgados.

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Implantada em junho de 2001, engloba teses e dissertações nas áreas de humanas, exatas e biológicas, defendidas na Universidade de São Paulo.

De acordo com a Resolução CoPGr 6018, de 13/10/2011, fica permitida, a critério do orientador e do orientado, a correção da Dissertação ou Tese aprovada, no prazo de 60 dias a partir da data da defesa.

Repositório da Produção Científica do CRUESP - Tem por objetivo reunir, preservar e proporcionar acesso aberto, público e integrado à produção científica de docentes, pesquisadores, alunos e servidores da USP, Unicamp e Unesp.

Portal de Teses e Dissertações em Saúde Pública - Projeto da Biblioteca Virtual em Saúde Pública que disponibiliza on-line teses na íntegra ou seus resumos e localização de interesse para a saúde pública. Este portal está sendo desenvolvido pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ) e BIREME, com a colaboração de outras instituições que integram essa biblioteca virtual. As teses da FSP/USP são incluídas nesse Portal, a partir dos links nos respectivos registros.

Banco de Teses da CAPES - Projeto piloto para a divulgação de texto completo de teses defendidas nas universidades brasileiras. As informações das teses são encaminhadas à CAPES pelos programas de pós-graduação, que se responsabilizam pela veracidade dos dados.

No âmbito internacional, o banco de teses do Dissertation Abstracts divulga na forma impressa e eletrônica dados bibliográficos, resumos e texto completo de teses defendidas em instituições de diferentes países. O acesso a este banco pode ser feito na USP, via SIBiNet, selecionando Acesso a Bases de Dados, Dissertation and Theses.

 

 

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